sexta-feira, 8 de maio de 2015

Malária

malária não é uma doença moderna. Há registros de ocorrências dessa enfermidade desde a pré-história, talvez procedente da África. Com o desenrolar das migrações humanas pelo planeta, ela também se disseminou pelas áreas do Mediterrâneo, Mesopotâmia, Índia e do Sudeste da Ásia.

 É provável que a malária tenha atingido a América através de viagens através do Oceano Atlântico, em épocas distantes. Escritos religiosas e médicas muito antigas também se referem a esta doença, atribuindo-a a um castigo dos deuses. Hipócrates foi o primeiro médico que rompeu os véus da superstição e a relacionou aos períodos sazonais do ano ou aos lugares pelos quais os doentes haviam passado. Após o passo pioneiro de Hipócrates, outros médicos deixaram registros sobre a malária, que aparecia sempre em intervalos cíclicos nas mais diversas partes da Europa.
Pouco se soube sobre a doença durante aproximadamente 1500 anos, descobrindo-se somente no século XVII uma maneira de detê-la. Jesuítas observavam índios da América do Sul e perceberam que eles colhiam cascas de uma árvore nativa para tratar algumas espécies de febre. Este “pó dos jesuítas” , como ficou conhecido, extraído da Cinchona, foi rapidamente assimilado pelos europeus. O quinino, seu princípio ativo, foi separado em 1820. O século XX foi o período por excelência dos avanços nas pesquisas sobre o controle da malária. O maior deles foi a extinção da contaminação pelo mosquito Anopheles gambiae, de procedência africana.
Em 1957 a Organização Mundial da Saúde lançou a Campanha Mundial de Erradicação da Malária. Mas, infelizmente, até hoje a doença infesta cerca de cem países, particularmente na África, Ásia,América Central e do Sul. Os índices são assustadores. A cada 30 segundos, uma criança morre vítima da malária, sem falar que a cada ano ela mata 2 milhões de pessoas, algo que só se compara aos números relativos à Aids. A malária é uma doença infecciosa, de espécie aguda ou crônica, transmitida pelo mosquito Anopheles, que hospeda os protozoários parasitas do gênero Plasmodium. Em pleno século XXI, ela ainda é a principal parasitose tropical, uma das origens mais freqüentes da mortalidade infantil nos países em que está presente. As crianças que vencem esta enfermidade ficam com graves sequelas cerebrais.
Não existem ainda vacinas contra a malária, o que preocupa muito os viajantes assessorados pelo Cives – Centro de Informação em Saúde para Viajantes. Normalmente ela é transmitida pelas fêmeas do mosquito, mais comumente dentro das casas de áreas rurais e semi-rurais, mas pode ocorrer também nas periferias de regiões urbanas. O risco de contaminação torna-se menor em altitudes acima de dois mil metros. A malária da espécie P.falciparum, a mais maligna, apresenta sintomas como dores de cabeça, cansaço, febre e náuseas, que podem durar vários dias. Depois deste período, iniciam-se as crises de calafrios e febres mais fortes, ao mesmo tempo em que as hemácias são destruídas massivamente e a corrente sanguínea é bombardeada por substâncias tóxicas imunogênicas. Estes acessos mais sérios ocorrem mais freqüentemente ao fim da tarde. São muito intensos os tremores, que duram de 15 minutos a uma hora, seguidos por duas a seis horas de febre alta, pele vermelha e muito suor. Choque do sistema circulatório, desmaios, convulsões, delírios e outros sinais mais graves podem igualmente ocorrer nestes momentos, e a morte espreita o paciente a cada crise. Já as formas benignas da malária manifestam apenas sintomas de fraqueza, causando muito raramente a morte.
O melhor meio de prevenir a malária é a erradicação do mosquito. Mas recentemente vêm sendo fabricados inseticidas mais poderosos, porém muito tóxicos, até mesmo proibidos no Ocidente. Usam-se também redes contra os mosquitos, principalmente durante o sono, mais eficientes que os repelentes, de alto custo. As partes nuas do corpo devem ser cobertas o máximo possível durante o dia. Com exceção da malária maligna, que é uma situação de gravidade, as outras são crônicas. A quinina ainda é muito utilizada no tratamento, mas muitos parasitas já se habituaram a ela e resistem à sua ação no organismo. Outras drogas mais potentes a substituem, como a quinacrina, a cloroquina e a primaquina. Às vezes são elaborados coquetéis com estas substâncias. Mas a resistência dos parasitas torna a cura cada vez mais difícil. A artemisinina, extraída de uma planta chinesa, é a mais recente novidade neste campo, e tem revelado resultados otimistas, mas ainda é produzida em baixa escala. Para o futuro, porém, as perspectivas de cultivo desta planta na África são promissoras, pois podem diminuir os custos de produção. Algumas vacinas contra a malária estão igualmente sendo desenvolvidas

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